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Ana Paula Valadão mergulha no açude de Algodão de Jandaíra
- Published_at:2013-06-19
- Category:Travel & Events
- Channel:canalessencial
- tags:
- description: "Antes da era dos computadores pessoais e dos e-mails recebíamos muitas cartas. Algumas se tornaram inesquecíveis pra mim. Uma delas foi o relato do coral de uma igreja em João Pessoa, na Paraíba. Uma música minha estava abrindo o coração das pessoas para crerem que Deus poderia falar com elas ainda hoje, dar a elas sonhos, visões, experiências com o Espírito Santo. Uma corista teve um sonho que mostrava uma comunidade onde eles deveriam ir ministrar. O nome era Algodão de Jandaíra, uma comunidade desconhecida, que não poderia ser encontrada em qualquer mapa. Será que o tal lugar realmente existia? O Senhor mostrou onde ficava o povoado, e depois de muita oração e mobilização da igreja, a primeira visita de alguns irmãos do coral àquela comunidade aconteceu. As cartas continuaram chegando a mim, compartilhando sobre as visitas a cada casa, a cada família, falando sobre as necessidades de um povo carente do Evangelho e sofrido por causa da seca. Em Algodão não chovia há 23 anos. A água que as pessoas e os animais bebiam era um caldo grosso de água de cactos. O contato com a dura realidade do Sertão e a alegria de ser instrumento de Deus para abençoar vidas tão preciosas transformou a vida do coral daquela igreja. Transformou também muitos corações em Algodão de Jandaíra. Então, chegou mais uma carta daqueles irmãos, contando para mim que as orações deles por Algodão também estavam mudando. Eles perceberam que toda a mobilização para levarem doações para aquela comunidade não era suficiente. Havia algo que político nenhum poderia fazer por eles, algo que somente Deus poderia fazer acontecer e que realmente mudaria sua realidade -- a chuva. Foi em lágrimas que li sobre aquela viagem em que o carro da igreja não conseguiu prosseguir, pois um rio caudaloso tinha atravessado a estrada. Isso mesmo! Choveu tanto que um rio, que ninguém sabia que passava por ali, desnudou rochas, arrancou terra, abriu seu caminho. Os irmãos tiveram que atravessar carregando as doações com água na altura das coxas. De longe ouviam os risos das crianças que, pela primeira vez na vida, nadavam se divertindo com tanta água. O açude, antes seco, estava cheio. Era um açude enorme, com água capaz para sustentar a comunidade por vários anos. Lendo a carta, vendo as fotos, meu coração disparado mal podia acreditar que Deus estava preparando uma visita para que eu visse tudo com meus próprios olhos. Em pouco tempo o Senhor providenciou uma ministração do DT em João Pessoa. Fiz contato com a pastora Simone, e fomos eu, Helena Tannure, Elias Fernandes e André Espíndola, para conhecer e registrar o milagre de Algodão de Jandaíra. Quando chegamos ali eu não pude me conter. Logo na entrada da cidadezinha estava o grande açude. Eu pulei. Eu mergulhei naquelas águas. Eu estava nadando no milagre. O açude estava cheio de peixes, de camarão, e ninguém podia explicar de onde tinham vindo. A criançada se divertia. Fizemos um culto e visitas às casas, algumas distantes, isoladas. Era impressionante pensar em como pessoas podiam sobreviver com tão pouco, ignoradas pelo resto do mundo, mas jamais esquecidas por Deus. Do alto da colina eu via o pôr do sol refletido na bonita e valente vegetação do agreste. Ali, no fim daquele dia, eu dei um abraço inesquecível. Era o abraço de uma vida inteira. Um abraço cheio de significado, de um choro incontido, de gratidão. "Meu Deus, muito obrigada por me trazer a esse lugar e me despertar para uma realidade tão diferente da minha. Obrigada por me mostrar que podemos fazer alguma coisa, e que Tu podes realizar o impossível." A Presença de Deus era real ali. Aliás, ao longo da vida eu O tenho encontrado nos lugares mais inusitados. Ele está na bonança, na fartura, na alegria. Mas existe uma manifestação especial de Deus nos lugares onde sofremos. E foi assim que, transformada por aquela experiência, voltei para casa levando um par de cactos, uma miniatura de casa de pau a pique, e um coração transformado. Desde então o Sertão pulsa dentro de mim e carrego um desejo de servir ao Senhor abençoando o Sertão de alguma maneira." Ana Paula Valadão Bessa
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2013-06-20 | 1,889 | 12 | 6 |
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