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Emicida - É tudo pra ontem part. Gilberto Gil
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Emicida - É tudo pra ontem part. Gilberto Gil
  • Published_at:2020-12-10
  • Category:Music
  • Channel:Emicida
  • tags: Emicida Gilberto Gil Lab Fantasma Tudo pra ontem E tudo pra ontem MPB Netflix
  • description: Música: Voz: Emicida e Gilberto Gil Letra: Emicida Produção musical: Felipe Vassão e Emicida Percussão e beatbox: Emicida Piano, baixo, guitarra, programações e percussão: Felipe Vassão Guitarra, percussão: Thiago Jamelão Pianos: Jhow Produz Trompete: Rafael Kabelo Violão: Fejuca Scratches: Dj Nyack Vocais: Evandro Fióti, Thiago Jamelão e Dj Nyack Coro: Estela, Teresa, Marina Santa Helena e Raissa Fumagalli Gravadora: Laboratório Fantasma Direção artística: Evandro Fióti Produção executiva: Raissa Fumagalli Mixagem: Mauricio Cersosimo Masterização: Mauricio Gargel Voz Emicida grava no estúdio Paraíso dos Novos Ricos, por Emicida Voz Gilberto Gil gravada no Estúdio nas Nuvens, Rio de Janeiro, por daniel Alcoforado e Thiago Braga Texto interpretado por Gilberto Gil: KRENAK, Ailton. In: A vida não é útil. São Paulo: Companhia das Letras, 2020. p. 40-41. Gilberto Gil é artista gentilmente cedido por Gege Produções Artísticas Vídeo: Direção: Fred Ouro Preto Assistente de direção: Amanda Novaes Direção executiva: Evandro Fióti Coordenação de produção executiva: Raissa Fumagalli Direção de fotografia e movi: Ceará 1º assistente de câmera: André Alves 2º assistente de câmera: José Luiz Drone: Fabio Freitas Projeções: Studio Curva Pesquisa original: Felipe Campos (Choco) Edição: Fernando Faria Freitas (Magnata) Core: Color Grading Services Colorista: Marco Oliveira ABC Finalização: Joana Reis Direção de produção: André Bernardes Assistente de produção: Elissa Schpallir Assistentes de set: Bruno Yoshicava, Supperbiro e Mauro Luz Chefe de elétrica: Tintim 1º assistente de elétrica: Rafa Carioca 2º assistente de elétrica: Robson Marega Transporte: Cine Van e Carlos Lafaiete Transportes Catering: Caca Vicente Gastronomia Insumos e locações: Electrica Cinema e Vídeo, P&J Geradores, CSED Locação de equipamentos, Águia Locações de Materiais Captação Gilberto Gil Operador de câmera: Henrique Alqualo Gravadas no Estúdio Nas Nuvens, Rio de Janeiro Filmado em locações na cidade de São Paulo com o apoio da São Paulo Film Commission Letra: Talvez seja bom partir do final Afinal, é um ano todo só de sexta feira treze Cê também podia me ligar de vez em quando Eu ando igual lagarta, triste, sem poder sair Aqui o mantra que nos traz o centro Enquanto lavo um banheiro, uma louça, querendo lavar a alma Na calma da semente que germina Que eu preciso olhar minhas menina A folha amarela, igual comida Envelhece, é a vida, acontece Com pessoa e documento É tão triste ter que vir Coisa ruim pra nos unir E nem assim agora Mano, vamo embora a tempo Viver é partir Voltar e repartir (é isso) Partir, voltar e repartir (é tudo pra ontem) Viver é partir Voltar e repartir Partir, voltar e repartir Vi árvores a derramar suas flores pra ninguém Tô zen no meu momento Coltrane anti-jazz Crianças tem o céu no alcance das mãos Irmão, será que há tempo de poder ser mais? Eu sei, caramba, nem estrelas são iguais Tem mais, vitória agora é uma fresta de sol No fim das conta, Tetsuo é quem tinha razão Então todas areias da ampulheta, vão E as fotos amarelam, como os dentes As plantas, a gente, a chama A febre intermitente Vazia estrada, cheia caixa de entrada E de repente Uma luz quadrada quente, diz que Viver é partir Voltar e repartir Partir, voltar e repartir Viver é partir Voltar e repartir Partir, voltar e repartir O criador deixou a humanidade aqui na Terra e foi para algum outro lugar do cosmos Um dia ele se lembrou de nós e disse: “Ah, eu deixei minhas criaturas lá na Terra, preciso ver o que elas se tornaram” Mas enquanto fazia esse movimento incrível de vir até aqui nos ver, ele pensou: “E se eles tiverem se tornado algo pior do que eu posso conceber? O melhor seria não ter um encontro pessoal com eles. Vou fazer o seguinte: Vou me transformar em uma outro criatura para ver as minhas criaturas” Ele se transformou num tamanduá e saiu pela campina Em certo momento, um grupo de caçadores, munidos de bordunas e laços Se encostaram numa paisagem, avançaram sobre ele, o prenderam E levaram pro acampamento com a intenção óbvia de comê-lo Duas crianças gêmeas, que observavam a cena, evitaram que ele fosse levado para a fogueira Ele então se revelou para os meninos, que, antes que os adultos descobrissem, acobertaram a sua fuga Do lado de uma colina, os meninos gritaram: “Avô, avô, o que você achou da gente, das suas criaturas?” E Deus respondeu: “Mais ou menos” Viver é partir Voltar e repartir (morte é quando a tragédia vira um costume) Partir, voltar e repartir (pra diferença da qual ninguém tá imune) Viver é partir Voltar e repartir (mas ouça de alguém que nasceu num tapume) Partir, voltar e repartir (é só na escuridão que se percebe os vagalumes) Viver é partir Voltar e repartir Partir, voltar e repartir Viver é partir Voltar e repartir Partir, voltar e repartir Viver é partir Voltar e repartir Viver é partir Voltar e repartir Viver é partir Voltar e repartir Partir, voltar e repartir
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